Entediada. Essa é uma das palavras que descreve este momento, juntamente com triste, sozinha e pensativa. Talvez esse seja o problema, penso demais, tudo é motivo para uma discussão mental a qual sempre perco para aquela vozinha chata que existe na cabeça de cada um de nós.
Nesse momento tenho a sorte, ou o azar, de estar perto de um lugar para escrever meus sentimentos, mas será que devo? A minha vida, meus pensamentos e problemas são importantes para alguém além de mim? Não acho. Se eu deixar de lavar a louça ou de acordar na hora alguém vai perceber? Acho que não.
Se mesmo rodeada de pessoas me sinto completamente sozinha, quando estou sozinha penso que sou única no mundo, mas então ouço as crianças brincando na rua, as vizinhas e vizinhos socializando no telefone ou na mesa de jantar com a família, e logo penso: Por que comigo?
Okay, sei que nada acontece somente comigo e sei que existem histórias piores do que a minha, mas sabe por que os meus problemas são importante pra mim? Pois são meus. Não ligo nem um pouco pra criança que está nascendo com dificuldade respiratória ou pro pai de alguém que acabou de ter um infarto. Não conheço essas pessoas, me conheço e quero me ver melhor. Se isso é egoísmo, que seja.
Enterrada nesses pensamentos me encontro com uma pergunta que julgo ser de suma importância. E se eu sumisse? Um dia, uma semana, um mês ou um ano; não importa. Quem me procuraria? Quem perceberia? Quem...
Essas perguntas só terão fundamento quando eu, de fato, desaparecer.Mas não estarei aqui para as ver ter uma resposta. Será que eu fiz diferença na vida de alguém? Será que alguém sentiria minha falta? Não sei, e não saber é pior do que ter a certeza que tudo foi ou não em vão. A vida, a razão, os princípios e as morais humanas e sociais não fazem sentido aqui, aqui onde eu mando, aqui onde eu decido, aqui... Onde? Onde ...
E se eu sumisse....
Alice Burton
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