quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Funny how things turn out

Funny how things turn out. Ela simplesmente irradiava seus sonhos de criança sempre ilustrados por um genuíno sorriso, acompanhado de seus longos cabelos negros e sua pele estranhamente pálida. Não gostava de correr e brincar no sol, preferia um bom jogo, uma seção pipoca com os amigos e a família, reduzida a mãe, a irmã e a governanta.

Acostumou a não ter muitos amigos, mas cativava aquelas que tinha com fervor. Adorava conversar, imaginar, mas conversar ganhava. Cresceu um pouco e aos 12 anos, a pequena garotinha ainda existia, mas não passava de uma máscara que encobria verdades secretas.

Funny how things turn out. Ela sorria sem transparecer alegria. A vida se tornava amarga como aquela cerveja que experimentara uma vez. A governanta se tornou uma mera faxineira que não podia mais ser companhia, então procurou por novos amigos. A máscara de alegria não aguentou e foi substituída por uma grossa camada de maquiagem que disfarçava os olhos cansados de quem já havia passado por muito.

Aos quinze anos já não era mais adolescente, vivia em uma casca fina e opaca parecida com a de uma adolescente que curtia as festas das amigas e sonhava com a sua própria, mas por dentro definhava e desaparecia com esplêndida rapidez.

Funny how things turn out. O brilho em seus olhos já não existia quando tinha 18 anos, a vida não fazia mais sentido e pequenos cortes eram a escapatória diária de uma realidade da qual não queria fazer parte. Os momentos de felicidade eram vividos com intensidade, mas eventualmente acabavam.

Tinha amigos, "os melhores" pensava, mas com o tempo desistiram. Passaram para o outro lado da linha tênue que separa amor e ódio. Não acreditava que aquele ódio todo tinha nascido da noite para o dia, existia a muito tempo.... Estava sendo construído. O que põe toda aquela intensa amizade em questão.

Funny how things turn out. As pessoas que acreditavam que era genuína, sua dor e prazer seguiram com ela... Mas aqueles que se foram sempre farão falta, assim como ela fez ao se estender inerte no chão.

Alice Burton

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

começando por me desculpar

Não sei para quem me desculpo, mas a correria da rotina diária tomou conta daqueles preciosos momentos que tomava para me concentrar em nada mais do que escrever. Me distraí com banalidades da vida cotidiana, elementos que precisavam - e receberam - atenção, mas agora escrevo. Novamente pra ninguém. Um sussurro na imensidão da cidade.



Something


Something is here bodering me

Something is keeping me from being free

Something is hauting me

I can fell,

It's holding me back

Consuming everythinga that's good within myself

I'm afraid I'm souless

Alone in my own world

Atouched to my bad fellings

Crying for my lost soul

Alice Burton

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Para aquela professora de literatura

A vida é um aprendizado constante, cheio que pequenas lições que nos ensinam a viver. É certo que todos temos dificuldades em algumas coisas, mas o importante é levar tudo como um aprendizado. A proposta é tão simples quanto complicada: aprenda.

 

Aprenda a rir, a chorar, a jogar. Aprenda a ler, escrever e se comunicar. Aprenda a ver, e não só a enxergar. Aprenda que tudo a sua volta é um presente. Aprenda a atuar, a contar, a pagar e principalmente a receber e dar.

 

Aprenda a retribuir, a fazer, a trabalhar, Aprenda que tudo é lindo, e que o feio pode mudar. Aprenda a conhecer um amigo, reconhecer o inimigo e a diferença entre os dois. Aprenda a cozinhar, a apreciar, a dirigir, a sonhar.

 

Aprenda a cair e se levantar, a ajudar. Aprenda a ser humilde e não esnobar. Aprenda que tudo um dia vai mudar. Aprenda que tudo é belo enquanto dura. Aprenda que se era feliz e não sabia, não era feliz. Aprenda que o mundo é cheio de experiências , aprenda a descobrir, a explorar. Aprenda a viver, e morrerá. 

 

 

                                                                                                                                                                                                 Alice Burton


"O para sempre, sempre acaba"

domingo, 18 de julho de 2010

Aconteceu...

Era uma noite qualquer, que poderia até ter sido boa. Claro que não foi.

 

Tudo que ele queria era ser reconhecido, todos passavam por ele e ninguém o percebia, sua presença era insignificante, até para ela, sua dona. Aquela para quem ele vivia, era ela que sempre tentava agradar, mas a sua presença parece ter a cansado.

 

Depois de muito tentar, desistiu de chamar sua atenção, era obvio que ele não servia mais para nada. Quando estava no ápice de sua desilusão, sentiu sua mão o tocar, finalmente o calor de seu corpo o aquecia novamente.

 

Percebeu que a sala não tinha mudado muito e que a lareira estava acesa, mas ela parecia triste e não havia nada que poderia fazer para a fazer se sentir melhor, sua presença não bastava mais. Uma ideia veio a tona, mas não a considerou por muito tempo pois não achava que ela iria o sacrificar tão grossamente.

 

  • Você traz muitas lembranças que NUNCA quero lembrar novamente...

 

E assim, repentinamente, o fogo o consumiu por inteiro, suas fotos derretendo e, com elas, todo um passado que nunca será revelado ou se quer lembrado.

 

Um livro qualquer, ele era. Apenas segurava fotos e lembranças de um passado que agora parecia distante e inalcançável. Enquanto o fogo o consumia a menina chorava, não sabia porque mas as lágrimas escorriam pelo seu rosto tornando aquela noite de lua cheia, tempo fresco e céu aberto cada vez mais triste.

Alice Burton

terça-feira, 29 de junho de 2010

Morram!


Que morram todos aqueles que têm motivos para acordar pela manhã

E, com eles, que morram todos que prezam sua religião fanática, condenando o fanatismo

Morram vocês que reclamam, mas nada fazem

Que morramos nós de coração duro e sem alma

Morram todos aqueles que se dizem felizes, todos aquele que comem pão!

Morra sociedade de padrões e extremos

Morra...

Morreremos....

Morrerei.

Morrer não dói.

Alice Burton

 

"I cannot say and I will not say that she's dead. She's just away."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

E se eu sumisse...

Entediada. Essa é uma das palavras que descreve este momento, juntamente com triste, sozinha e pensativa. Talvez esse seja o problema, penso demais, tudo é motivo para uma discussão mental a qual sempre perco para aquela vozinha chata que existe na cabeça de cada um de nós.

 

 Nesse momento tenho a sorte, ou o azar, de estar perto de um lugar para escrever meus sentimentos, mas será que devo? A minha vida, meus pensamentos e problemas são importantes para alguém além de mim? Não acho. Se eu deixar de lavar a louça ou de acordar na hora alguém vai perceber? Acho que não.

 

Se mesmo rodeada de pessoas me sinto completamente sozinha, quando estou sozinha penso que sou única no mundo, mas então ouço as crianças brincando na rua, as vizinhas e vizinhos socializando no telefone ou na mesa de jantar com a família, e logo penso: Por que comigo?

 

Okay, sei que nada acontece somente comigo e sei que existem histórias piores do que a minha, mas sabe por que os meus problemas são importante pra mim? Pois são meus. Não ligo nem um pouco pra criança que está nascendo com dificuldade respiratória ou pro pai de alguém que acabou de ter um infarto. Não conheço essas pessoas, me conheço e quero me ver melhor. Se isso é egoísmo, que seja.

 

Enterrada nesses pensamentos me encontro com uma pergunta que julgo ser de suma importância. E se eu sumisse? Um dia, uma semana, um mês ou um ano; não importa. Quem me procuraria? Quem perceberia? Quem...

 

Essas perguntas só terão fundamento quando eu, de fato, desaparecer.Mas não estarei aqui para as ver ter uma resposta. Será que eu fiz diferença na vida de alguém? Será que alguém sentiria minha falta? Não sei, e não saber é pior do que ter a certeza que tudo foi ou não em vão. A vida, a razão, os princípios e as morais humanas e sociais não fazem sentido aqui, aqui onde eu mando, aqui onde eu decido, aqui... Onde? Onde ...

 

E se eu sumisse....

Alice Burton

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Conselhos



Não troque seus valores por palavras

Não os negue nem reprima

Pois teus valores lhe pertencem e a ti devem explicações

 

Não julgue em seus valores aquilo que não é teu

Pois a cada um cabe a escolha do caminho a tomar

 

Não imponha seus valores aos outros

Que podem não os entender ou simplesmente não os acatar

 

Viva de acordo com o que acredita

Faça o que acha ser o certo

Siga seus instintos

 

Viva.

Faça.

Siga.

domingo, 20 de junho de 2010

Em nome da razão revolucionária


A razão existe. Mas será que ela está exclusivamente na comunhão de gritos das multidões enfurecidas ou reside nas vozes espalhadas e solitárias dos contrários imersos naquele deserto de gente?

 

Periodicamente as pessoas criam um senso de coletividade comovente, lutam, brigam, morrem, acreditando fielmente que o que  defendem é o mais correto. Existem vários "certos" e "errados" nas guerras, nas lutas, nas batalhas, senão elas não aconteciam.

 

Razão é a faculdade de avaliar, julgar, ponderar idéias, raciocinar, inteligir e tem como antônimo a paixão, aquela que cega e distorce a verdade, os fatos, os motivos e a própria razão. Os apaixonados se deixam levar, não vêem com a clareza necessária o certo, o lógico, o verdadeiro.

 

O controle necessário para conseguir escolher suas vitórias e derrotas é extremo e difícil  de se atingir. A perfeição é inatingível, uma vez que sempre existirá um melhor a ser atingido. Todos caminhamos para o mesmo destino com diferentes sentidos e direções, mas com o mesmo caminho final.

 

O fato de reconhecer o erro e, mesmo que mudo, assumi-lo é o caminho para o crescimento pessoal, assim como também é o fato de não aceitar uma culpa que lhe é atribuída sem motivos. A principal lição a ser tomada é seguir em frente e esperar que as coisas melhorem por si, pois não cresceste o bastante para dobrar o orgulho desculpar-se por um erro não cometido.

 

Do mesmo modo que a burguesia francesa pegou em armas para defender os seus direitos e cortaram as cabeças dos tiranos que os afligiram em nome da razão que encontraram, façamos o mesmo em nome da razão revolucionária.

 

 Alice Burton


"Was it worth all that war just to win?"